América Latina enfrenta déficit de profissionais de TIC

Praticamente alheio às crises nacionais e internacionais, o mercado de TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações) da América Latina pode continuar enfrentando um apagão de mão de obra especializada nos próximos anos. A demanda por profissionais irá superar a oferta em 449 mil até 2019, de acordo com um estudo encomendado pela Cisco à IDC.

O Brasil tem a maior lacuna de habilidades em rede da região: somente em 2015, o país teve um déficit de 195 mil profissionais capacitados e empregados em tempo integral, um número que deve diminuir para 161 mil até 2019.

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O estudo The Networking Skills in Latin America foi realizado em 10 países e analisou a disponibilidade de profissionais especializados em TIC na América Latina entre 2015 e 2019. Em 2015 houve uma defasagem de 474.000 profissionais de redes em toda a região e, embora exista um ligeiro decréscimo de 1,4% na demanda prevista em 2019.

O Brasil tem a maior lacuna geral de habilidades para trabalho em rede, tanto em termos absolutos como percentuais. A IDC estima que o mercado de TI no Brasil irá crescer de 2015 a 2019 a uma Taxa Composta de Crescimento Anual (CAGR, na sigla em inglês) de 3%. De acordo com o modelo, o Brasil teve em 2015 uma lacuna de 195.365 profissionais capacitados e empregados em tempo integral, diminuindo para 161.581 em 2019. Esses números representam uma lacuna de 41% em 2015 e 35% em 2019, respectivamente. 59% da lacuna em 2019 deverá ocorrer em tecnologias emergentes.

Segundo o estudo, as tecnologias emergentes requerem trabalhadores qualificados em vídeo, nuvem, mobilidade, datacenter & virtualização, big data, segurança cibernética, Internet das coisas (IoT) e desenvolvimento de software, além das habilidades básicas e em core de rede, tais como: competências em switches e roteadores, segurança de rede, redes sem fio, comunicações unificadas e colaboração.

Além disso, os profissionais de TIC requisitados devem desenvolver outras habilidades não-técnicas, tais como: proficiência no idioma de inglês, trabalho em equipe, resolução de problemas, gerenciamento de projetos, criatividade e inovação, capacidade de comunicação e uma atitude empreendedora. O fato demonstrou que o profissional de redes requisitado no mercado precisa combinar capacidades técnicas e não-técnicas para suportar um ambiente de negócios cada vez mais complexo.

Diversidade
Outro fator medido neste estudo está relacionado com a inclusão da mulher. Em média, a participação feminina no segmento de redes é de 13,3%; atualmente, 15,3% das companhias não tem nenhuma mulher nas suas equipes de redes. De acordo com a Unesco, as mulheres correspondem a 31% da população de estudantes de Ciências da Computação na América Latina. O estudo mostra que ainda há espaço para melhorias na região nesse sentido.

O estudo mostra também uma compreensão mais madura da rede nas empresas no Brasil. 45% das empresas vê a rede como a plataforma que sustenta processos de negócios, um valor mais alto do que a média de 37% da América Latina. Além disso, o investimento em novas tecnologias emergentes no Brasil é considerável. 38% das empresas no Brasil irá investir em projetos de IoT no curto prazo, mais do que qualquer outro país na América Latina. Todos esses fatores contribuem para dificultar a contratação de profissionais de redes com o conjunto adequado de habilidades.

A IDC realizou 760 entrevistas em oito países da América Latina: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, México, Peru e Venezuela.

(Fonte: http://www.portaldocanal.com/)

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